Nas 48 edições da Copa América disputadas até hoje, oito […]
Nas 48 edições da Copa América disputadas até hoje, oito […]
Nas 48 edições da Copa América disputadas até hoje, oito dos dez países sul-americanos que já participaram do torneio conquistaram o título.
Para entender a relevância da Copa América para o esporte mundial, basta saber que ela é o primeiro torneio internacional da história do futebol. A edição que marcou o pontapé inicial foi realizada em julho de 1916 e com o nome de Campeonato Sul-Americano de Seleções, na Argentina, onde o Uruguai bateu os anfitriões, Brasil e Chile para levantar o primeiro troféu da competição.
Um ano depois, os atuais campeões sediariam a segunda edição do torneio. Dessa forma, os anfitriões uruguaios confirmaram seu favoritismo ao repetir o título contra as mesmas seleções do torneio anterior.
Já a terceira edição do Campeonato Sul-Americano de Seleções, devido a uma epidemia no Brasil, teve de ser disputada dois anos depois, em 1919. A Seleção Brasileira não decepcionou seus torcedores e acabou sendo o primeiro campeão além do Uruguai.
Desde sua criação até 1920, apenas os quatro países que estavam presentes em sua formação e na criação subsequente da CONMEBOL jogaram. Durante esses primeiros anos, a competição foi disputada quase que anualmente — uma tradição que duraria até 1959 — em um quadrangular em que o líder era coroado campeão, com partidas disputadas em vários estádios emblemáticos.
Vale ressaltar que nas primeiras 14 edições, apenas três seleções ganharam o título. Sendo assim, Uruguai (7), Argentina (5) e Brasil (2) estavam acostumados a vencer, até a chegada de uma histórica Seleção Peruana em 1939.
A “Blanquirroja”, como é conhecida a Seleção Peruana, pôs fim à hegemonia dos últimos campeões da Copa América: Uruguai, Brasil e Argentina. É verdade que argentinos e brasileiros não participaram dessa edição, mas não se pode desprezar o preço de uma equipe que venceu todos os seus jogos.
O Peru venceu o Uruguai, o Chile, o Paraguai e o Equador com uma atuação individual espetacular de “Lolo” Fernández. O ídolo do Universitario-PER foi o melhor jogador e artilheiro daquela edição com sete gols.
Todas as partidas da Copa América de 1939 foram disputadas no Estádio Nacional de Lima e o jogo final contra a Seleção Uruguaia é lembrado pelos habitantes locais como um dos marcos da história do futebol nacional.
De 1941 a 1949, foram disputadas seis edições da Copa América e em quatro delas a Seleção Argentina se sagrou campeã continental. Um dos jogadores mais destacados durante esses anos foi o atacante Norberto “Tucho” Méndez.
Ele ganhou três campeonatos sul-americanos de seleções e foi a figura mais importante da Seleção Argentina. O lendário jogador é o maior artilheiro da história da competição com 17 gols, juntamente com o brasileiro Zizinho.
Em 1953, o campeonato foi organizado pelo Paraguai, mas foi disputado em território peruano devido à falta de infraestrutura do país sede. Nessa edição, sete seleções participaram de um grupo D que terminou em um empate entre Brasil e Paraguai, de modo que uma final teve de ser disputada no Estádio Nacional de Lima.
O primeiro tempo terminou em 3 a 0 para os paraguaios. Na segunda etapa, os brasileiros partiram para o ataque e marcaram dois gols nos últimos 45 minutos, mas já era tarde.
Sendo assim, a Seleção Brasileira não conseguiu virar o confronto e viu os paraguaios conquistarem o primeiro título continental de sua história. A estrela do torneio foi o zagueiro paraguaio Heriberto Herrera, um lendário jogador do Atlético de Madrid.
Em meio a uma CONMEBOL desorganizada, 1959 foi marcado pelos dois torneios sul-americanos disputados naquele ano. Primeiro, em março, a Argentina sediou a competição que viria a ser vencida pela Seleção Brasileira de Pelé, artilheiro com oito gols.
Nove meses depois, o torneio seria disputado novamente, dessa vez no Equador. O Uruguai venceria de forma invicta, com o meio-campista Alcides Silveira como seu principal jogador. O meia nascido em Montevidéu foi fundamental no melhor jogo da equipe e marcou três gols cruciais para a conquista do título.
A equipe nacional da Bolívia conquistou apenas um título em sua história, a Copa América de 1963. O torneio foi sediado pelo país do Altiplano — região boliviana que fica na Cordilheira dos Andes. Bolívia ficou no grupo C.
Durante a competição, a Seleção Boliviana aproveitou o apoio da torcida e a altitude para vencer cinco partidas e empatar apenas um confronto para conquistar os 11 pontos que lhes garantiram a liderança.
A vitória contra o Brasil na última rodada foi a cereja do bolo da melhor campanha da história da equipe da casa. Os “Verdes” derrotaram os brasileiros por 5 a 4 com um gol de seu principal jogador, Máximo Alcácer, a poucos minutos do fim da partida.
Para muitos, a Seleção Peruana de 1975 é a melhor geração da “Blanquirroja”. Héctor Chumpitaz, José Navarro, Julio Meléndez, Teófilo Cubillas, César Cueto, Oswaldo Ramírez, Juan Carlos Oblitas, Percy Rojas, Hugo Sotil e Rubén Toribio Díaz faziam parte de uma constelação de estrelas que levantariam o título contra a Colômbia.
O torneio não tinha sede fixa e a final foi disputada em três jogos. A Colômbia venceu por uma margem mínima em Barranquilla e perdeu por 2 a 0 no Estádio Nacional de Lima. A final teve de ser decidida em uma terceira partida disputada na Venezuela. O Peru seria o campeão graças a um gol solitário de “Cholo” Sotil aos 25 minutos do primeiro tempo.
Entre 1980 e 1999 foram disputados oito torneios da Copa América, com Brasil, Argentina e Uruguai levando a melhor sobre os demais. Enquanto os uruguaios venceram três edições nesse período, a Seleção Argentina ficou com o troféu de campeão em duas oportunidades de forma consecutiva, com Gabriel Omar Batistuta como figura de destaque.
Os títulos da Seleção Brasileira vieram em 1989 e nas duas últimas edições do século XX, sendo que em 1997 e 1999 o craque foi um certo Ronaldo Nazário. O “Fenômeno” marcou cinco gols em cada torneio e ainda se deu ao luxo de balançar as redes nas duas finais. O principal gol foi marcado no Estádio Hernando Siles, na vitória contra a Bolívia por 3 a 1, em 1997.
Por fim, os títulos conquistados pelo Uruguai em 1983 e 1987 tiveram Enzo Francescoli como seu maior expoente. O ídolo do River Plate foi um jogador fundamental para que a “Celeste” conquistasse os dois títulos após uma seca de 20 anos.
Os “Cafeteros” foram os organizadores — e eventuais campeões — da primeira Copa América do século XXI. Liderada por Francisco Maturana e com Víctor Aristizábal como artilheiro, a Seleção Colombiana venceu o México por uma margem mínima na final. A partida foi marcada pela intensidade, e os visitantes acabaram com três jogadores expulsos, incluindo o técnico mexicano Javier Aguirre.
Os anos de 2004 e 2007 foram uma demonstração do domínio brasileiro no futebol sul-americano. Os torneios, organizados no Peru e na Venezuela, respectivamente, viram uma Seleção Brasileira com muitos jogadores que não estavam acostumados a ser convocados com frequência.
A Copa América de 2004 foi a apresentação de Adriano ao mundo, com um torneio digno de aplausos ao “Imperador”. Os fãs de futebol tiveram a certeza de terem testemunhado o nascimento de um dos melhores atacantes do mundo. Sete gols em seis jogos, sendo o artilheiro e o astro da competição, provaram que eles estavam certos.
Além disso, seu brilhante desempenho foi recompensado quando ele marcou um histórico gol nos últimos minutos da final, forçando a disputa de pênaltis que terminaria com o Brasil conquistando o título sobre a Argentina. Júlio César, Maicon, Alex, Diego e Luis Fabiano foram outros jogadores que disputaram seu primeiro grande torneio.
Em 2007, a situação foi bastante semelhante. Doni, Dani Alves, Anderson, Elano, Júlio Baptista, Fred, Robinho e Vágner Love foram a base do time que viria a conquistar o título contra uma Argentina repleta de estrelas, como Messi, Tévez, Riquelme, Verón, Zanetti, Mascherano e Aimar.
A Copa América de 2011, realizada na Argentina, foi o toque final de uma grande geração uruguaia. A conquista da “Celeste” foi a cereja do bolo depois de chegar às semifinais da Copa do Mundo anterior. Luis Suárez foi reconhecido como o melhor jogador do torneio e Diego Forlán como o melhor jogador da final.
A partida que marcou o título dos uruguaios e a despedida de Forlán em edições de Copa América com chave de ouro foi contra o Paraguai, uma seleção que chegou à final empatando todos os seus jogos e se classificando para cada fase eliminatória por meio de uma disputa de pênaltis.
Como título de curiosidade, o peruano Paolo Guerrero foi o artilheiro do torneio, dando início a melhor era do time peruano desde a década de 1970. O “Depredador”, apelido de Guerrero, assumiu a liderança da equipe em um processo de mudança com Sergio Markarián ainda no banco.
O campeão da Copa América de 2019 foi a Seleção Brasileira, que não decepcionou os seus torcedores no estádio do Maracanã, ao bater uma brava e competitiva seleção peruana.
A “Blanquirroja” chegou à final do torneio em uma das melhores atuações da era Ricardo Gareca. Paolo Guerrero foi, juntamente com Everton Cebolinha, o artilheiro da competição com três gols, e Cueva, Tapia e Yotún alcançaram a plenitude futebolística em um meio-campo que ficará na memória da Seleção Peruana.
A final foi bastante equilibrada, mas os brasileiros conseguiram se impor e vencer a decisão por 3 a 1, com destaque para os dois gols do atacante Gabriel Jesus. Guerrero foi o autor do gol marcado pelos peruanos na partida.
A melhor geração da história do Chile foi capaz de derrotar a Argentina de Lionel Messi em anos consecutivos. A “Roja”, liderada por Claudio Bravo, Alexis Sanchez, Arturo Vidal e Eduardo Vargas foi responsável por dar ao país os dois primeiros títulos de Copa América na história da Seleção Chilena.
A Copa América de 2015, sediada pelo Chile, foi a oportunidade perfeita para os anfitriões conquistarem seu primeiro título. Os donos da casa se classificaram como vencedores do grupo, à frente de Bolívia, Equador e México, que ficou no grupo B.
Nas quartas de final, conseguiram derrotar o Uruguai por uma margem mínima, mas perderam Jara para o restante da competição após um infeliz incidente com Edinson Cavani. Nas semifinais, eles aproveitaram a expulsão de Carlos Zambrano para eliminar um time peruano que parecia que poderia surpreender.
A final contra a Argentina foi um empate em 0 a 0, lembrado por uma falha de Gonzalo Higuaín e o pênalti perdido por Messi na disputa de pênaltis que, naquela oportunidade, privou o “10” de seu primeiro título com a Argentina.
Em 2016, a CONMEBOL decidiu organizar uma Copa América Centenário nos EUA para homenagear o 100º aniversário da primeira Copa América. O torneio é lembrado pelo gol de mão do peruano Raúl Ruidíaz, que eliminou o Brasil na fase de grupos, e pela demissão de Messi de sua seleção após a derrota em outra final. O Chile foi o vencedor, conquistando a segunda Copa América de sua história.
A Copa América de 2021 foi um marco para Lionel Messi e para todo um país ansioso por finalmente ganhar um título com um dos melhores jogadores da história. Além disso, Messi se destacou como um dos artilheiros da competição, consolidando ainda mais sua lenda.
Na histórica campanha, a “Albiceleste” liderou o Grupo A com três vitórias e um empate. Já nas quartas de final, venceu com facilidade o Equador, até que nas semifinais a história do goleiro “Dibu” Martínez começou a tomar forma.
Após o empate no tempo regulamentar, os pênaltis foram o momento para o goleiro usar suas artes das trevas, e a maneira eficaz com que ele distraiu seus adversários na disputa de pênaltis se tornou viral.
A final contra o Brasil, no Estádio do Maracanã, foi o palco perfeito para o craque Messi conquistar sua primeira Copa América com a Argentina. Em uma partida marcada pela intensidade e por uma excelente exibição de Neymar Jr., um gol inesperado de Ángel Di María foi suficiente para o Brasil perder sua primeira final como anfitrião desde 1950.